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Casa.com.br | Cohousings: vilas comunitárias chegam ao Brasil

Texto de Giuliana Capello, publicado no casa.com.br

Criadas na Dinamarca, as cohousings espalham-se pelo mundo e chegam ao Brasil, pregando um morar leve no planeta e que descomplica a rotina das famílias.

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É quase um condomínio, no qual cada família tem seu espaço privativo. A diferença está na possibilidade de reduzir o tamanho das casas ou dos apartamentos em troca de ambientes usados por todos. Um exemplo é a lavanderia comunitária, em que três ou quatro máquinas de lavar resolvem a demanda de dez ou mais grupos. Nas cohousings – que surgiram na Dinamarca nos anos 70 e hoje são comuns principalmente na Europa, nos Estados Unidos e no Canadá –, é assim também com a biblioteca, a horta, a oficina, a brinquedoteca, o refeitório, a sala de TV e, em alguns casos, até os carros. “Compartilhar diminui o consumo e o impacto ambiental, além de facilitar o dia a dia dos moradores, que ganham qualidade de vida, com menos necessidade de trabalho e dinheiro”, afirma o arquiteto Rodrigo Munhoz, do escritório Guaxo Projetos Sustentáveis, de Piracicaba, SP. “Desse modo, as pessoas se sentem mais seguras, num clima de vida no interior, embora tenham acesso a tudo o que a cidade grande oferece”, completa Munhoz, que está formando um grupo para criar em sua cidade a primeira cohousing brasileira, com habitações sustentáveis, princípios de boa vizinhança e cotidiano menos dispendioso.

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Selo verde: LEED certifica antigos escritórios recuperados

Abandonado, o projeto Eastern Village Cohousing, da Eco Housing Corporation, em Silver Spring, nos Estados Unidos, renasceu em 2004 com 54 apartamentos. Recebeu o selo do Conselho de Green Building pela boa performance ambiental, que inclui telhado verde, pátio interno com jardins no lugar do antigo estacionamento e soluções de reúso da água da chuva. Ah, as unidades são aquecidas com energia geotérmica.

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Centro de educação: moradores dividem suas boas soluções com os visitantes

Na zona rural de Gillingham, na Inglaterra, o The Threshold Centre organiza cursos para disseminar seu modo de vida partilhado, com alternativas que suavizam os danos ao meio ambiente das 14 residências e dos espaços comuns. Há placas fotovoltaicas, sistema de reaproveitamento de água da chuva para abastecer a lavanderia comunitária e hortas orgânicas. Na vila, inclusive bicicletas e carros são divididos.

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Versão compacta: sem abrir mão dos prazeres e das facilidades da cidade

Dezenove apartamentos, um salão de encontros e uma área comercial se distribuem em apenas mil m². É assim que os moradores da Quayside Village, em Vancouver, no Canadá, desfrutam das trocas e facilidades de morar numa comunidade sem perder o que a metrópole tem de melhor. E de uma forma sustentável: reutilizando os materiais das construções originais do terreno e reciclando a água da chuva.

Quatro coisas sobre a Copa do Mundo no Brasil que poucos sabem, todos deveriam saber, e têm pouco a ver com futebol | ARCHDAILY

Por Romullo Baratto publicado em 24 de Junho de 2014

Apesar das controvérsias sobre a realização da Copa do Mundo no Brasil, um fato que é certamente positivo – e pouquíssimo divulgado – é que quatro dos estádios construídos para o evento esportivo somam 5,4 MW de produção de energia elétrica proveniente de células fotovoltaicas.

Estádio Mineirão – Belo Horizonte (1,4 MW)

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Mineirão. Imagem © Leonardo Finotti

O Estádio Mineirão, localizado na cidade de Belo Horizonte, é o primeiro estádio de futebol do Brasil equipado com painéis fotovoltaicos em sua cobertura, com capacidade de 1,4 MW, operando desde maio de 2013. O Mineirão foi inaugurado em 1965 e submetido a enormes modificações para se adequar às normas da FIFA, tendo atualmente capacidade para 62. 170 torcedores.

O novo sistema solar, que custou de 12,5 milhões de euros, direciona a energia produzida para a rede elétrica local, ao invés de abastecer diretamente o estádio, gerando o suficiente para suprir a necessidade de aproximadamente 900 residências por ano.

 Estádio Nacional Mané Garrincha – Brasília (2,5 MW)

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Estadio Nacional Mané Garrincha. Cortesia de upsocl.com

 O novo estádio Mané Garrincha, com capacidade para 70.000 torcedores, conta com um sistema de captação de energia solar de 2,5 MW instalado no perímetro de sua cobertura. Outros aspectos importantes quanto à eficiência das instalações desportivas incluem um sistema de captação de água pluvial para sua reutilização e um sistema de iluminação com LEDs.

O estádio, que substituiu o antigo Estádio Mané Garrincha de Brasília, foi inaugurado em maio de 2013 e receberá uma série de jogos da Copa deste ano e diversos eventos das Olimpíadas do Rio em 2016.

 Arena Pernambuco – Recife (1,4 MW)

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Arena Pernambuco. Imagem © Lanik do Brasil

Como todos os estádios construídos para o mundial, a Arena Pernambuco atende algumas normas de sustentabilidade ambiental como a captação de energia solar e água da chuva, ventilação natural e gestão de resíduos sólidos. Após servir aos jogos da Copa, será um equipamento multiuso destinado também a outros esportes, shows, feiras e convenções.

 Maracanã – Rio de Janeiro (500 kW)

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Maracanã. Imagem © Erica Ramalho

O projeto de remodelação, que respeita sua concepção original, incluiu a demolição completa do anel inferior para a construção de uma nova arquibancada com melhor visibilidade, a melhoria das monumentais rampas e a substituição de todos os assentos, além da instalação de uma nova cobertura que captará a água da chuva para reutilização. A fachada tombada pelo IPHAN permaneceu intacta.

Apesar dos avanços do Brasil em energia solar, há competidores da Copa do Mundo que não têm tanta sorte nesse aspecto. Uma ONG britânica informou que 11 dos países competidores produzem apenas o equivalente ou menos que o estádio de Brasília, destacando os desafios da pobreza energética.

Esse texto foi originalmente publicado no site upsocl.com com o título “Aqui hay 4 cosas del Mundial de Brasil que pocos saben y que todo el mundo deberias saber y tiene poco que ver com futebol”.

Hortas Urbanas Coletivas | PAGAMA Social

Que São Paulo têm muita coisa logo_PAGAMA-social_Blogbacana e inusitada para ver e conhecer, isso já sabemos. Mas você sabia que em plena Avenida Paulista existe uma horta? Pois é! no Centro Cultural de São Paulo, localizado na Avenida Vergueiro, juntinho da Paulista, existe um espaço na cobertura destinado ao cultivo de ervas, legumes, frutas, flores e verduras, tudo orgânico. Este espaço, denominado horta comunitária é mantido por apoiadores e voluntários em mutirões coletivos mensais em que qualquer pessoa interessada pode ajudar. Os mutirões acontecem no último domingo de cada mês, 9h com café da manhã comunitário. | Rua Vergueiro 1000 – Paraíso  (11) 3397-4002

Ficamos curiosos e descobrimos outros lugares na cidade que cultivam hortas comunitárias. Veja alguns:

  • Feira de Orgânicos do Parque da Água Branca _ Todas às terças, sábados e domingos, das 7 às 12h. Tem bastante opção bacana e barata. Vale a pena conhecer. Ah! Em frente do local onde tem a feira, também tem café da manhã orgânico. | Av. Francisco Matarazzo, 455 – Perdizes  (11) 3875-2625
  • Horta do Ciclista _ Está localizada na Praça do Ciclista, próxima ao cruzamento de duas importantes vias de São Paulo, Av. Consolação e Av. Paulista, contrastando com o cenário de dinamismo econômico e individualista presente no entorno.
  • Horta Vegana _ A Horta Vegana fica a cerca de 200 m da Horta do Ciclista, na esquina da Av. Angélica com a Av. Paulista. Basta atravessar a Rua da Consolação para chegar lá. Nos mutirões os voluntários cuidam das duas hortas simultaneamente.
  • Horta da Vila Anglo _ A Horta da Vila Anglo é uma terra comunitária como a própria Terra! Sinta-se a vontade para nos visitar, participar e se inspirar! | Rua Rifaina, 274 – Vila Anglo – esquina com a Rua Pedro Soares de Almeida e travessa da Heitor penteado a 4 quadras do metro Vl. Madalena. Aos sábados a partir das 10h. Às terças-feiras a partir das 9h: atividades com mais de 50 crianças da associação do bairro.
  • Horta do BNH _ Localizado na Praça Maria Noeli Lacerda – Alto de Pinheiros, também conhecida como Praça do BNH. Os mutirões costumam acontecer aos Domingos, e são organizados através do Facebook _ Horta do Bê Ene Aga da Vila 

Achamos a iniciativa muito bacana, já que é uma forma de dar uso a espaços urbanos ou em edifícios subutilizados, incentivando a vizinhança local ao convívio social, educação ambiental e contemplação e responsabilidade que temos perante a cidade.  Tomara que a ideia se difunda e se espraie para todos os bairros da cidade.

Fontes: Sites das comunidades organizadoras.

ESTADÃO: Restauro revela obra inédita de Portinari em São Paulo.

Texto tirado do site – http://www.estadao.com.br

A maquete executiva do painel na Galeria Califórnia estava com o arquiteto Carlos Lemos; obra contratada previa tributo bandeirante.

Nas pesquisas para finalmente recuperar o painel Abstrato de Candido Portinari na Galeria Califórnia, na Rua Barão de Itapetininga, centro de São Paulo, foi encontrado um desenho inédito do renomado pintor – a maquete executiva do painel, que mostra exatamente o que Portinari previa para o local. O desenho é tornado público pelo Estado, nesta página, pela primeira vez.

Veja também:
link Público poderá ver trabalho de recuperação 

Obra revelada ainda não estava catalogada no Projeto Portinari - onde já existem 6,3 mil trabalhos | Tiago Queiroz/AE

A obra agora revelada – adaptada para a estrutura da galeria, com áreas em cinza nas bordas e a rampa que levaria ao antigo Cine Barão, no subsolo – não está catalogada pelo Projeto Portinari, que identificou 6,3 mil trabalhos do artista desde 1979. O desenho faz parte da coleção do arquiteto Carlos Lemos, chefe do escritório de Oscar Niemeyer na década de 1950 – foi Niemeyer quem projetou a Galeria, em 1951. “Ao que parece, a novidade é que Portinari demonstra com esse desenho sua intenção em adaptá-lo ao painel da parede. Como, para nós, entender os motivos do artista é sempre relevante, vamos voltar a São Paulo para colher novas informações”, disse a pesquisadora- chefe do Projeto Portinari, Noélia Coutinho.

Mais do que nova obra no catálogo do artista, o trabalho revela uma história desconhecida. A primeira descoberta é que o projeto contratado nunca foi executado: o painel deveria ser figurativo, representando bandeirantes paulistas. Seria inspirado no Monumento às Bandeiras, de Victor Brecheret, na frente do Parque do Ibirapuera, zona sul da capital. Mas o artista nunca chegou a produzir o trabalho. Em outubro de 1953, entregou um desenho abstrato – com base em estudos produzidos dois anos antes, segundo consta dos arquivos do Projeto Portinari.

“Um dia, a construtora do prédio (Companhia Nacional de Investimentos, CNI) começou a cobrar e liguei para o Portinari. Ele disse que, por falta de tempo, não faria mais o painel da forma combinada”, conta Lemos, professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP) e então responsável pela obra. “Fui de trem até o Rio buscar o desenho. O que o Portinari fez foi simplificar o trabalho. E entregou o desenho que está lá até hoje.”

O que impediu o artista de realizar o combinado provavelmente foi excesso de serviço: entre 1951 (projeto da galeria) e 1955 (sua inauguração), ele produziu 815 obras. Foram 120 somente em 1951. “Essa é uma hipótese, mas temos de pensar que havia algo que o constrangia. Ele poderia achar que as empresas produtoras das pastilhas simplificavam o trabalho, por exemplo”, diz Isabel Ruas, responsável pelo restauro, que descobriu o desenho inédito. “Mas não há erros na execução: a empresa executora, a Vidrotil, trabalhou com o que existia na época e suas opções serão respeitadas no processo de restauro.”

Pela metade. As mudanças no projeto encomendado trouxeram a Portinari uma outra consequência: o artista recebeu apenas metade do valor combinado. “Tendo modificação das combinações iniciais, pela impossibilidade da execução direta dos trabalhos por parte de V. S., consideramos justo e estamos de acordo com a redução dos honorários estabelecidos, anteriormente, para CR$ 190 mil”, aponta carta da CNI, de 13 de outubro de 1953. Portinari não se opôs – e respondeu, dez dias depois, em carta endereçada a Lemos, na qual afirma esperar que o painel “não sofra nenhuma modificação”.

Outra descoberta é que Portinari previu o painel – de 6 metros de altura e 20 de largura – com fundo branco e número maior de pastilhas vermelhas no canto superior esquerdo. O cinza-claro no qual hoje o desenho está “mergulhado” foi opção de Lemos. “Não havia pastilhas brancas suficientes. Também não havia vermelho e a opção foi por essa espécie de cor de vinho”, disse Lemos, que afirma nunca ter revelado as tratativas para a criação. “Como estavam pesquisando, resolvi contar o que aconteceu. Foi simplesmente porque pesquisadores me procuraram.”

Placa. A história da construção do painel constará do memorial descritivo da obra. As informações serão exibidas em placas, instaladas perto do painel.

ESTADÃO: Revitalização do Pq. Dom Pedro II só deve ficar pronta em 2016.

Texto tirado do site – http://www.estadao.com.br

Projeto foi apresentado na quarta-feira, 4 de Maio, pela Prefeitura e obras devem começar até o início de 2012.

Por Tiago Dantas, do Jornal da Tarde

O projeto de revitalização do Parque Dom Pedro II, centro, foi apresentado oficialmente na quarta-feira, 4 de maio, pela Prefeitura. As obras estão previstas para começar entre o final deste ano e o começo de 2012, mas as intervenções na área devem terminar apenas em 2016. Caberá ao próximo prefeito, portanto, dar continuidade ao programa, o que tem provocado desconfiança em quem trabalha na região.

Obras na região devem começar até o início 2012.

Não são só os prazos que preocupam. O projeto prevê muitas modificações: demolição de três viadutos, enterramento de 1,7 quilômetro da Avenida do Estado, criação de 2,6 mil vagas de estacionamento, revitalização da Rua 25 de Março, mudança de posição do terminal de ônibus e construção de moradias populares e equipamentos de educação e de lazer.

“Espero estar vivo para ver tudo isso”, brinca o comerciante Pedro Pereira da Cruz, de 63 anos, 40 deles no Mercado Municipal. “A ideia é muito boa. Se tiver um parque aqui na frente vai ser legal até para trazer a família da gente. Mas se fizessem só o estacionamento já estava bom”, completa. “Só de ter colocado o treme-treme no chão, o prefeito já merece crédito. Vai ficar bonito”, opina o lojista Paulo Saad, de 56 anos.

O prefeito Gilberto Kassab acredita que não há motivo para descrença. “Não tem sentido que a administração futura, qualquer que seja, não dê sequência. É um projeto da cidade, não da gestão.”

Até o fim do seu mandato, em dezembro de 2012, Kassab pretende entregar uma unidade do Sesc e outra do Senac no quarteirão onde ficavam os edifícios São Vito e Mercúrio – o protocolo de intenção foi assinado ontem.

A construção de um pontilhão para os ônibus acessarem o Terminal Parque Dom Pedro II e a demolição do Viaduto Diário Popular também devem acontecer no período.

A ideia da Prefeitura é inaugurar, também, um shopping para pequenos comerciantes na Rua 25 de Março e, se possível, começar a construção dos túneis da Avenida do Estado. Só essa parte do projeto vai custar R$ 1,1 bilhão e deve levar três anos. A cidade ainda não tem todas as garantias de onde virá o investimento.

Clique nas imagens para ampliá-las.

Parque Dom Pedro II antes da demolição dos edifícios São Vito e Mercúrio.
Projeto de revitalização deve ficar pronto em 2016, ao custo de R$ 1,5 bilhão.

“Estamos buscando alternativas de financiamento”, diz o secretário municipal de Desenvolvimento Urbano, Miguel Bucalem, que pretende pedir recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). “Há necessidade de tudo isso?”, questiona a urbanista Lucila Lacreta, diretora do Movimento Defenda São Paulo. 

Lucila entende que o projeto privilegia o transporte individual. Bucalem rebate, lembrando que um dos objetivos da proposta é resolver “um grande entroncamento e um grande nó no transporte público”. “Vamos devolver um parque belíssimo à cidade”, diz.

O Parque Dom Pedro II foi aberto em 1922, seguindo projeto do arquiteto Joseph-Antoine Bouvard, chefe dos serviços de paisagismo e de vias públicas de Paris. Após a inauguração da Avenida do Estado, entrou em processo de degradação.

FOLHA: Chega ao fim a demolição do São Vito, famosa favela vertical de SP.

Texto tirado do site – http://www.folha.uol.com.br

Derrubado tijolo a tijolo, o São Vito teve sua demolição registrada pelas lentes do repórter-fotográfico da Folha Diego Padgurschi, como mostra o vídeo.

Ele já foi chamado de “treme-treme” e de “balança, mas não cai”. Hoje, o edifício paulistano São Vito não passa de um amontoado de entulho. Sua demolição foi iniciada dia 8 de setembro e concluída nesta semana. Como não tinha profundidade suficiente em seu subsolo, não pôde ser implodido – Os escombros resultariam em uma pilha equivalente a 20 andares.

Quando foi desocupado, em 2004, o São Vito tinha 477 moradores, que receberam indenizações de R$ 4.000 a R$ 8.000. Já os inquilinos passaram a receber bolsa-aluguel da prefeitura. Na planta original, o edifício de 27 andares, aberto em 1959, tinha 624 apartamentos, 24 por andar, com área de 28 m2 a 30 m2.

O terreno do edifício será utilizado para a construção de um centro gastronômico e de um estacionamento subterrâneo.

A decisão tomada pelos órgãos públicos foi, para muitos, equivocada e vai contra as soluções tidas como possíveis para os problemas da metrópole como a habitação, transporte e a real “revitalização” das zonas centrais da cidade.

Nesse aspecto, o arquiteto e urbanista Gabriel Kogan, neto do arquiteto do São Vito, Aron Kogan, fala sobre a herança de seu avô para a cidade e sua opinião a respeito da demolição do edifício. O texto foi publicado e editado pelo arquiteto em 20 de setembro de 2010, e retirado do Blog “Cosmopista” – http://cosmopista.wordpress.com/.

A demolição do São Vito como símbolo do desastre das políticas urbanas

Na última semana a prefeitura iniciou a demolição do Edifício São Vito projetado em 1959 pelo meu avô, Aron Kogan (que morreu 25 anos antes do meu nascimento) em parceria com Waldomiro Zarzur. Muitas vezes o edifício foi lembrado como “um símbolo da degradação do centro de São Paulo”. Sua demolição, no entanto, deveria ser lembrada como um símbolo do desastre político e urbanístico que as últimas gestões da prefeitura empurram a cidade.

A concepção urbanística do São Vito poderia ainda hoje ser tomada como paradigma para São Paulo. O prédio foi pensado como uma habitação hiper-densa no centro, sobretudo para populações migrantes, de baixa renda, que chegavam em busca de uma nova vida. Com generosas janelas e panos de vidro, o São Vito oferecia uma excelente qualidade arquitetônica e, mais importante, a habitação próxima do trabalho. A gestão amadora de um edifício gigantesco como o São Vito é uma tarefa muito difícil e, por causa disso, o tempo foi implacável com a construção. O resultado pode ainda ser visto todos os dias na Avenida do Estado. Administrar um prédio desse tamanho é tão complexo quanto dirigir uma grande empresa.

Os princípios urbanísticos do São Vito se relacionam com os principais problemas da cidade de São Paulo hoje: a baixa densidade e o processo de periferização. A questão habitacional intensifica todos os demais problemas da cidade. O transporte público torna-se extenso e custoso e os equipamentos precisam ser muito numerosos. A melhora da cidade de São Paulo passa pela idéia de adensamento planejado.

A prefeitura de São Paulo inicia a demolição sem saber ao certo o que vai colocar no lugar. Especula-se a construção de um estacionamento. Assim, através de uma idéia anacrônica de estimulo ao transporte privado, a prefeitura aprofunda o problema urbano. Por trás da demolição há outra coisa: ‘revitalização’. Quando se fala em ‘revitalização’ fala-se, necessariamente, em valorização do preço da terra; e quando se fala em valorização do preço da terra, a conseqüência certa disso é a expulsão das camadas mais pobres da população, que serão forçadas a morar em periferias sempre mais distantes.

O que se planeja aqui não é a demolição do São Vito; o São Vito é apenas uma pedra no meio do caminho. Planeja-se uma cidade asséptica, uma cidade limpa, uma cidade dividida, uma cidade para poucos. Planeja-se enfim uma cidade inviável, uma cidade sem futuro possível que derramará seu próprio veneno sobre todos a cada nova chuva, a cada novo congestionamento. Se quiserem demolir o São Vito e apagar a caligrafia urbana de suas janelas, a única resposta possível, em uma cidade humana e democrática, é sua reconstrução.

GABRIEL KOGAN

Qual sua visão a respeito da demolição dos edifícios São Vito e Mercúrio, e da posição dos órgãos públicos de São Paulo com o tipo de política adotada?

NOS TRINQUES: “Projetos revolucionários prometem mudar a arquitetura.”

Em entrevista ao programa NOS TRINQUES, da GNT, o arquiteto Bjarke Ingels do escritório dinamarquês BIG fala sobre sua arquitetura arrojada e suas idéias sobre o profissional de arquitetura, sustentabilidade e a relação entre público x privado.

Confira o passeio pela “Danish Pavilion”, projeto do escritório BIG em Shangai, China.

O que você acha da arquitetura do escritório BIG? Deixe seu comentário.

Retrofit – É tempo de renovar!

Por Gabriela Carrocelli Kleber

Em São Paulo existem hoje inúmeros lançamentos de novos empreendimentos imobiliários, super modernos, com diversos espaços comuns que vão além do playground, piscina e salão de festas, até churrasqueira, sauna, academia, espaço teen, espaço bebê, espaço pet, espaço gourmet, garage band, paisagismo, pista para cooper, enfim, lindos espaços decorados que, independente da frequência de sua utilização, valorizam muito um condomínio e consequentemente o imóvel.

Nos edifícios mais antigos, assim como o pequeno número de tomadas, era comum não haver tantos espaços comuns, pois a rotina e necessidade da população na época eram diferentes. Atualmente, com o cotidiano atribulado e a necessidade de se concentrar as atividades o mais próximo possível para evitar os congestionamentos, faz com que essas edificações antigas fiquem obsoletas, apesar do ótimo espaço interno que os apartamentos destes costumam ter. Assim, é cada vez mais comum a procura desses condomínios por um projeto de “Retrofit”, ou reforma para o português. O conceito de “Retrofit” nasceu na década de 90, nos Estados Unidos e na Europa, e consistia em realizar reformas que valorizassem e aumentassem a vida útil das edificações mais antigas, já que os espaços livres nas cidades para novas construções começavam a ser cada vez mais escassos.

Algumas das possibilidades de reforma em um condomínio são a modernização da portaria, hall, fachada e espaços comuns, a renovação ou mesmo criação de áreas com paisagismo, piscina e até mesmo o acréscimo de varandas, respeitando é claro, a história da edificação, seus moradores, a legislação vigente e também o autor do projeto da edificação em questão.  Adaptar e melhorar equipamentos, trazer conforto e possibilitar novos usos estão dentro das premissas do projeto.

Na foto, o antes e o depois do Edifício Marambaia, nos Jardins. O edifício de 30 anos recebeu varandas em sua fachada, quadruplicando o valor comercial dos imóveis. Fonte: Internet

Todo condomínio passa por reformas e manutenção com o passar do tempo, e inovações devem ser trazidas para que o mesmo não fique desvalorizado em relação aos seus novos vizinhos. Modernizações e reformas nas instalações elétricas, hidráulicas, elevadores também entram no planejamento.

Para um bom resultado, a intervenção deve ter um bom planejamento, e o profissional mais indicado para a realização desse projeto é o arquiteto, os condôminos devem pensar em suas aspirações e expectativas, nos espaços que gostariam de ter, nos espaços existentes que são subutilizados, e no quanto poderão gastar com a reforma. A partir dessas informações e de um levantamento das áreas, o arquiteto deverá elaborar um projeto com as melhores soluções para o espaço, desde a sua estética até sua eficiência e segurança, além de adaptar os desejos dos moradores às eventuais limitações legais e estruturais. O síndico deverá acompanhar de perto todo o processo e todas as alterações devem ser apresentadas e aprovadas pelos condôminos.

Esse é um investimento que vale à pena, pois é certo que o valor do imóvel irá subir com essas melhorias, além da qualidade de vida dos moradores que terão espaços confortáveis para usufruir, funcionais e, acima de tudo, contemporâneos no que diz respeito as necessidades atuais.

ESTADÃO: Arquiteto propõe transformar São Vito em sítio hidropônico.

Texto tirado do site – http://www.estadao.com.br

Edifício degradado no centro de SP, em processo de demolição, poderia ser reabilitado para produzir alimento. 19.01.2011

Imagem da proposta para o São Vito.

Em matéria publicada no jornal O Estado de São Paulo, no dia 19 de janeiro, o arq Rafael Gringberg Costa apresenta uma solução para o São Vito, edifício degradado da região central de SP que está em processo de demolição: reabilitá-lo e transformá-lo em uma fazenda vertical, onde seria possível cultivar alimentos como hortaliças e frutas, tudo com uma mãozinha da hidroponia – sistema onde as plantas são produzidas na água com aproveitamento da luz natural.

Quem passa pela Avenida do Estado, na região central de São Paulo, vê os Edifícios São Vito e Mercúrio em processo de demolição. A Prefeitura de São Paulo optou pela demolição dos edifícios, após várias batalhas judiciais envolvendo ex-moradores dos dois prédios. A ideia é que a região seja revitalizada e receba um parque de 5,4 mil m², que ligará o Mercado Municipal ao Palácio das Indústrias, de acordo com a administração municipal.Construído em 1959, o Edifício São Vito possui 25 pavimentos e 600 apartamentos, mais térreo e sobreloja. O Mercúrio, erguido no mesmo ano, tem 26 andares. Ambos os edifícios sofreram degradação com o tempo, transformando-se em dois grandes cortiços, até que a Prefeitura de São Paulo optou pela demolição gradativa – o processo de implosão poderia causar danos aos prédios vizinhos, como o Mercado Municipal.O arquiteto Rafael Gringberg Costa, autor da proposta para transformar os dois edifícios em uma fazenda vertical, afirma que ainda está em tempo de reverter o processo de demolição. Segundo seu projeto, a estrutura dos dois edifícios seria mantida para dar lugar ao cultivo de hortaliças em sistema de hidroponia. “Dá para adaptar o projeto. Seria só o caso de interromper o processo de demolição. Aproveitaríamos as estruturas existentes” diz o arquiteto. Seu projeto prevê ainda uma escola e laboratórios ligados ao cultivo em sistema de hidroponia, restaurante panorâmico e um estacionamento.”Poderíamos ter vagas especiais para carros híbridos, elétricos ou a hidrogênio”, diz, apostando em um futuro de energias mais limpas.Agricultura urbana. Na avaliação de Paulo Pellegrino, professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP), o uso de áreas abandonadas nas grandes cidades para agricultura é uma tendência que vem ganhando adeptos no mundo todo e pode ser uma solução para São Paulo.“É possível cultivar hortaliças e ervas, por exemplo, nas lajes de habitações populares ou em terrenos baldios”, diz. “Está dentro de uma tendência de cultivo dos alimentos próximos ao centros de consumo, de um retorno às hortas no quintal”, afirma o urbanista.

Andrea Vialli – O Estado de S.Paulo

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A Deutsche Welle: Professor projeta fazenda vertical que possibilita cultivar alimentos em arranha-céus.

Texto retirado do site da Deutsche Welle – http://www.dw-world.de

A partir da hidrocultura, prédios idealizados pelo norte-americano Dickson Despommier permitem que legumes, frutas e grãos sejam cultivados em uma espécie de torre de estufas.

Há edifícios cuja complexidade poderia ter arrebatado o autor de livros de ficção cientifica Jules Verne. Um exemplo são as fazendas verticais do professor nova-iorquino de microbiologia Dickson Despommier.

Até o momento, elas são apenas um projeto que ganha vida em gráficos de computador: arranha-céus de 30 andares que se erguem sobre cânions urbanos de uma megacidade. Pelo vidro das janelas, sobressai a cor verde das plantas em seu interior – trata-se de grandes estufas onde frutas, verduras e cereais são cultivados para milhares de pessoas.

Nos diferentes andares das fazendas verticais, as plantações, por exemplo, de tomate, se alternam com a cultura de mandioca, terraços de arroz, campos de trigo, alfaces e batatas.

Na fazenda vertical, diferentes produtos poderiam ser cultivados uns sobre os outrosNa fazenda vertical, diferentes produtos poderiam ser cultivados uns sobre os outros

Despommier teve a ideia em um seminário na universidade. O professor deixou seus alunos investigarem quantas áreas de cultivo havia em telhados de prédios no bairro nova-iorquino de Manhattan.

Apenas oito hectares foram computados pelos estudantes. O suficiente para alimentar 2% da população de Manhattan. “Essa foi uma descoberta chocante”, lembra o professor. Para não desmotivar seus estudantes a caminho das férias, ele mesmo teve uma ideia: por que não alocar áreas de cultivo em mais andares?

Projeto minucioso

O visionário professor tem uma percepção detalhada de como a tal fazenda vertical deveria ser. As plantas, conta Despommier, cresceriam a partir do princípio da hidrocultura, em grãos de argila expandida.

A luz para as plantas viria do Sol, através de uma grande fachada de vidro ou de LEDs orgânicos, que são diodos emissores de luz especialmente eficientes. Segundo Despommier, até mesmo o ar-condicionado poupa energia, já que são as plantas que irão regular a temperatura. “Isso já acontece em estufas no deserto do Arizona. Quando evapora água das plantas, o ar resfria, caindo dos 40 ºC exteriores para cerca de 30 ºC”.

Projeto está orçado em 20 milhões de dólaresProjeto está orçado em 20 milhões de dólares

Mesmo problemas óbvios de uma estufa grande, como pragas nas plantas, que poderiam destruir uma colheita inteira, são descartados. Câmaras de ar não permitiriam a entrada no prédio de causadores de doenças. A pressão do ar na fazenda vertical seria mais alta do que fora do prédio, o que evitaria a entrada de ar contaminado através de uma porta aberta ou fresta na janela.

Mas, mesmo assim, considerando a hipótese de que uma doença seja trazida para a área cultivada, toda a colheita seria destruída e o fazendeiro poderia plantar novamente no dia seguinte, “o que não pode ser feito no campo”, ressalta Despommier.

Erradicar a fome ou poupar o ambiente

Parece que apenas com uso da técnica o professor poderia solucionar sozinho o problema da fome no mundo. Mas, na verdade, com sua fazenda vertical Dickson Despommier busca uma meta completamente diferente. Ele quer reduzir o uso da terra pela agricultura. “Hoje não há estufas de vários andares em nenhum lugar. O motivo para isso é que todas as elas foram construídas em lugares muito baratos”.

Ele diz não ser contra, em princípio, que os campos sejam cultivados respeitando o meio ambiente, mas ele lembra que existem poucos lugares onde isso é possível. “A Europa e os Estados Unidos são abençoados com terras férteis. Mas em países como Brasil e Índia a situação é diferente. Lá a terra é muito fina”. As chuvas fortes lavam os solos férteis facilmente e a natureza perde sua fonte de alimentos.

Em escala menor, a fazenda vertical já é realidade. Trata-se do projeto norte-americano Windowfarms (fazendas de janela), pequenos jardins para a janela do apartamento. As hidroculturas são colocadas em garrafas plásticas cortadas ao meio e irrigadas através de uma mangueira.

Projeto Windowfarms é apresentado em feira em Nova YorkProjeto Windowfarms é apresentado em feira em Nova York

Os experimentos dos jardineiros amadores vão do manjericão até pequenos pés de milho, e seus sucessos e problemas são compartilhados em comunidades na internet. Alguns chegam inclusive a criar peixes no sistema de irrigação, já que seus excrementos são um fertilizante natural.

Enquanto para colocar em prática uma “fazenda de janela” bastam 30 euros, Dickson Despommier estima que para seu projeto sejam necessários 20 milhões de dólares. O planejamento para tanto está em andamento. “No papel, o conceito já está pronto. Agora precisamos arrecadar o dinheiro para ver se funciona na realidade”, diz Despommier.

Autor: Philip Artelt (mda)
Revisão: Roselaine Wandscheer